A Imagem da Memória: Fotografias Still Analógicas no Documentário Memórias do Sul

📷 Como as imagens analógicas ajudam a contar a história da imigração japonesa no Brasil

Memorias do Sul

6/13/20253 min read

No processo de produção do documentário Memórias do Sul, cada detalhe foi pensado para resgatar a essência da memória e da identidade da comunidade japonesa no Rio Grande do Sul. Além das imagens captadas em vídeo, decidimos registrar os bastidores e momentos mais emblemáticos da filmagem por meio da fotografia still analógica — um método que, assim como as histórias que contamos, carrega camadas de tempo, textura e autenticidade.

A escolha pelo filme analógico não foi apenas estética, mas conceitual. O grão, a textura e as imperfeições naturais da película criam um elo entre passado e presente, ecoando a própria experiência dos imigrantes e seus descendentes: uma jornada marcada pelo tempo e pela resiliência.


📸 O Olhar por Trás da Lente

Durante as filmagens, a fotógrafa Camila Albrecht Freitas acompanhou a equipe em Ivoti, registrando cada cena, objeto e gesto com sua câmera analógica. Entre feiras culturais, entrevistas e apresentações, sua lente capturou momentos de espontaneidade e emoção, trazendo um olhar íntimo sobre o processo de gravação.

🎙 “Quando fui convidada pelo Takeo Ito e pelo Hiroshi Kuamoto para participar da produção do documentário na Feira da Colônia Japonesa de Ivoti, logo me disponibilizei para fazer fotografias com câmera analógica em 35mm, que é algo que venho exercendo bastante dentro do meu trabalho com cinema: a fotografia still de processos audiovisuais, seja para imagens de divulgação, seja para fotos de bastidores das gravações”, conta Camila.

Para ela, participar do Laboratório Audiovisual foi engrandecedor “Tive uma experiência muito marcante com os espetáculos de dança folclórica, além de muitos aprendizados sobre a cultura japonesa com as entrevistas e contações de histórias.”

As imagens revelam não só os personagens do documentário, mas também os espaços que guardam suas histórias: o Memorial da Imigração Japonesa, as casas de madeira, os trajes tradicionais e os pequenos detalhes que remetem às raízes culturais. Cada clique é um fragmento do que Memórias do Sul busca preservar.


🖼️ A Magia da Fotografia Analógica

Diferente do digital, o filme analógico exige paciência. Não há visualização instantânea, não há espaço para correções rápidas. Cada foto tirada exige um olhar cuidadoso e uma conexão genuína com o momento. Esse processo reflete perfeitamente a proposta do documentário: resgatar histórias que precisam de tempo para serem contadas.

🎙“A fotografia analógica, pra mim, é um processo que se assemelha ao artesanal e que sugere uma comunicação afetiva com os objetos a serem capturados, pois é necessário, além de um conhecimento técnico sobre o mecanismo da câmera, também uma sensibilidade para capturar o instante, já que temos cliques limitados para cada rolo de filme”, explica a fotógrafa.

Ela detalha como funciona o processo da fotografia analógica “A fotografia analógica tem base na película fotográfica, o que demanda um cuidado com a materialidade, e junto dela um apuro técnico para que possamos aproveitar da melhor maneira as 36 poses que oferece um rolo de filme analógico. Dessa forma, fui aplicando os conhecimentos da fotografia manual e abrindo brecha para algumas experimentações também, desde o tipo de filme, que é algo bem interessante dentro do analógico, pois é como se cada rolo fotográfico tivesse uma personalidade, em se tratando de cor, temperatura, alcance dinâmico e por aí vai”.

Para o nosso projeto, Camila utilizou três filmes "Kodak Vision 3 250D", que é um filme de cinema, comumente utilizado na indústria cinematográfica para rodagem de filmes em película, como acontece, por exemplo, em Star Wars, Dunkirk e La La Land. “E o que mais me encanta no analógico é justamente o imprevisível, receber as fotografias digitalizadas do laboratório é um bálsamo para a memória: saber que aquele clique muito bem controlado em exposição deu certo, mas também ser surpreendido com as texturas, cores, erros e também com o próprio acaso”, finaliza.

🎞️ Da Câmera para a Tela

As fotografias still não são apenas um registro dos bastidores, mas parte fundamental da identidade visual do projeto. Elas serão utilizadas na divulgação do documentário, em exposições e até mesmo em material educativo para escolas e centros culturais.

Seja nos sorrisos dos entrevistados, no movimento do taiko ou nas expressões profundas capturadas nos intervalos das filmagens, essas imagens ampliam a experiência do documentário, tornando-o ainda mais sensorial e atemporal.

🌿 Um Convite para Mergulhar no Passado

O documentário Memórias do Sul não é apenas uma narrativa audiovisual; é um registro afetivo, e a fotografia still analógica desempenha um papel essencial nesse processo. As imagens captadas nos bastidores servem como uma ponte entre o passado e o presente, um lembrete de que a história da imigração japonesa no Brasil continua viva nas pequenas lembranças e nos detalhes preservados com carinho.

Acompanhe nossas redes sociais para ver algumas das fotografias exclusivas e ficar por dentro do lançamento do documentário!

📍 Lançamento Oficial: Junho de 2025📩 Cadastre-se na nossa newsletter e receba novidades em primeira mão!